O último balanço da presidente do Chile, Michelle Bachelet, dá conta de pelo menos 708 vítimas mortais em resultado do sismo de magnitude 8,8 que abalou ontem o país.
A presidente do Chile fez esta tarde um novo balanço que aumenta para 708 o número de mortes provocadas pelo sismo de 8,8 graus na escala de Richter que atingiu ontem aquele país. Os números contam já com algumas vítimas que morreram em zonas costeiras do sul do Chile, na sequência do tsunami provocado pelo sismo. Os dados divulgados esta manhã pelo Gabinete Nacional de Emergência davam conta de 400 vítimas.
A maioria das vítimas (90 por cento) morreu durante o sono, já que o sismo foi registado às 03:34 locais (06:34 em Lisboa), disse a directora do Onemi, Carmen Fernandez, quase 24 horas após o tremor de terra.
Concepción, a região mais afectada
A região costeira da cidade de Concepción, a cerca de 500 quilómetros a sul da capital chilena, foi a mais atingida pelo sismo, sendo difícil ter uma ideia exacta da situação devido ao corte nas comunicações.
Em Concepción, centenas de pessoas envolveram-se hoje na pilhagem de um grande supermercado.
Os militares chilenos utilizaram bombas de gás lacrimogéneo para dispersar cerca de meio milhar de habitantes, muitos deles em busca de comida e água.
Ainda assim, houve quem se tivesse aproveitado da situação para retirar aparelhos e electrodomésticos, como frigoríficos e televisores, do supermercado da cadeia Líder, detida pela norte-americana WalMart.
O estabelecimento insere-se num prédio de 14 pisos que desabou e onde poderão estar dezenas de pessoas ainda com vida, por entre os escombros.
Buscas para encontrar sobreviventes
Uma equipa de 40 bombeiros especializados em resgates que apoiaram o socorro no Haiti foi enviada para o local.
As agências estrangeiras referem haver pelo menos 100 pessoas nos destroços de num edifício de 14 pisos, mas desconhece-se ainda se se trata do mesmo imóvel.
"As horas, o tempo, são a variável crítica para salvar as pessoas que estão no interior", disse o presidente do município da cidade, Jacqueline van Rysselberghe.
Às 08:28 locais (11:28 em Lisboa, uma nova réplica de 6,2 na escala de Richter voltou a abalar as regiões central e sul do Chile, já devastadas pelo terramoto de sábado, de magnitude 8,8, que provocou pelo menos 300 mortos e afetou mais de dois milhões de pessoas.
Segundo as autoridades chilenas, a réplica teve uma intensidade de quatro graus na escala de Mercalli em Santiago, Rancagua e Conceição.
Até ao momento desconhece-se se o abalo provocou novos danos, mas é provável que tenha aumentado o grau de destruição dos edifícios que já apresentavam problemas estruturais devido ao sismo.
Entretanto, a Comissão Europeia aprovou hoje um apoio urgente de três milhões de euros ao Chile.
"Por solidariedade para com os chilenos, colocamos imediatamente à disposição das organizações para reforçar a sua capacidade de resposta nos primeiros dias, que são os mais críticos, após o tremor de terra", anunciou o comissário europeu para a ajuda humanitária, Kristalina Georgieva.