O QUE É A LEUCEMIA
É uma doença maligna com origem nas células imaturas da medula óssea
A produção de glóbulos brancos fica descontrolada e o funcionamento da medula óssea saudável torna-se cada vez mais difícil, diminuindo progressivamente a produção de células normais, dando lugar ao aparecimento de anemia, infecções e hemorragias.
Existem vários tipos de leucemia caracterizadas pelo tipo de célula afectada.
Pode ser aguda ou crónica dependendo da velocidade de proliferação das células leucémicas.
Os Síndromes Mielodisplásicos são doenças malignas em que a Medula Óssea não produz quantidade suficiente de células sanguíneas normais. Afecta os globulos brancos, os globulos vermelhos e as plaquetas. Nalguns casos, os Síndromes Mielodisplásicos podem evoluir para Leucemias Agudas.
Em cada ano aparecem 60 a 100 novos casos por cada milhão de individuos.
Alguns tipos de leucemia são mais frequentes em determinados grupos etários.
A Leucemia Linfoblástica Aguda é mais frequente nas crianças e nos jovens.
A Leucemia Mieloblástica Aguda é mais comum nos adultos.
As Leucemias Crónicas ocorrem geralmente entre os 40 e 70 anos.
Os Síndromes Mielodisplásicos atingem sobretudo pessoas entre os 60 e 70 anos.
Contudo, existem excepções.
Desconhece-se qual a causa específica desta doença. Os cientistas suspeitam que alguns vírus bem como factores genéticos ambientais e imunológicos possam estar envolvidos.
Alguns vírus causam leucemia em animais. No homem causam apenas tipos muito raros de leucemia. Mesmo que tenha sido causada por um vírus, a leucemia não é contagiosa.
Poderá haver uma predisposição genética. Existem famílias (raras) em que as pessoas nascem com anomalias cromossómicas que poderão aumentar a probabilidade de virem a desenvolver a doença. Factores ambientais com altas doses de radiações e exposição a certos produtos químicos tóxicos foram identificados como estando ligados ao aparecimento da doença. Mas isto só é verdade em casos extremos como nos sobreviventes da bomba atómica em Nagasaki e Hiroshima ou trabalhadores industriais do benzeno.
Pessoas com deficiências do sistema imunitário parecem ter um maior risco de desenvolverem doenças malignas porque o organismo perde a capacidade de resistir a células estranhas. Há evidência de que doentes tratados por outros tipos de cancro com quimioterapia e/ou radioterapia podem mais tarde vir a ter leucemia.
Os sintomas iniciais são geralmente a fadiga, perda de peso, palidez, infecções e hemorragias.
Registo de dadores de Medula Óssea
Uma história de Sucesso na Europa e no Mundo
A primeira transplantação de medula óssea foi efectuada com sucesso em 1956, remontando a 1973 a primeira transplantação com dador não aparentado. Este facto marcou o começo de uma nova era no tratamento de doentes com diferentes patologias que podem ir desde defeitos genéticos até às doenças oncológicas. Com este tratamento aumentou a esperança de vida de muitos doentes com leucemia, algumas anemias e outras doenças hereditárias potencialmente fatais.
Para que se possa fazer uma transplantação de medula óssea é contudo necessário que haja identidade a nível genético entre o dador e o receptor. Ou seja, é necessários que sejam iguais num sistema de antigénios tecidulares designados por HLA (do inglês Human Leucocyte Antigens ou antigénios leucocitários humanos, como se diria em português).
Acontece contudo que existem 6 antigénios diferentes, cada um com dezenas de variantes, e que se combinam entre si de diferentes maneiras, pelo que a probabilidade de haver um dador igual fora dos familiares é muito difícil.
Actualmente a transplantação de medula óssea é uma prática corrente mas só cerca de 25% dos doentes têm um dador familiar compatível. Restam assim os outros 75% que têm de recorrer a dadores não aparentados.
Apesar destes seis marcadores parecerem um número pessoal de lotaria, com os esforços conjuntos levados a cabo pelos responsáveis de vários países aumentou-se a possibilidade efectiva de se encontrarem dadores compatíveis com os doentes. Para isso contribuiu a criação em cada País Registos de Dadores Voluntários de Medula Óssea.
A transplantação de medula óssea com dadores não aparentados aumentou nos doentes a taxa de sobrevivência de 30% para 80%.
Para muitos doentes a transplantação de medula óssea é efectivamente a única possibilidade de cura e de vida e depende da disponibilidade de todos os que se inscrevem nos registos nacionais e internacionais.